Descrição: | O horizonte não se vê, fugiu-nos.
Virou somente mais um desejo que nos corre nas veias, que decora o canto de uma imagem divina que optou por desaparecer.
O horizonte não se vê, mentiu-nos.
Espreita no perfil do teu rosto desfigurado, esquecido, nos teus retratos natinais, negros, macabros.
O horizonte não se vê jamais, desistiu de nós.
Resta a ilusão de uma figura, reconfortada por ventos agudos. Perturbada, se encolhe prolongando a curvatura do seu olhar para o vácuo, estendendo a visão da sombra a um horizonte de pleno de sonhos.
Vila do Conde 2006 |